segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Obrigação? Não, dever!

Capa do livro "Power of Half - One's family decision to stop taking and start giving back"

Na família Salwen foi Hannah, filha de Kevin Salwen (ex-jornalista do Wall Street Journal), que começou a falar em solidariedade. Tudo aconteceu quando um dia Kevin estava no carro com a sua filha, parados no semáforo vermelho e Hannah olha pela janela quando vê ao seu lado um bom carro da marca Mercedes e, ao lado deste, um mendigo a pedir. Assim que viu esta cena hannah diz para o pai: "Se este homem tivesse um carro menos bom aquele senhor ali podia ter uma refeição".

Hannah foi tocando muito no tema da solidariedade e, ao ínicio, a família não ligou mas um dia, já saturada com toda esta história a mãe de Hannah pergunta-lhe se o que ela pretende é que vendam a casa onde viviam para dar o dinheiro aos pobres. Para maior espanto de sua mãe Hannah respondeu afirmativamente à pergunta da mãe.

Esta resposta foi o primeiro passo de solidariedade da família dos Salwen. O desejo de Hannah foi concretizado e a família vendeu a casa indo, desta forma, habitar uma com metade do tamanho, nos subúrbios. Metade do dinheiro da venda da antiga casa, com 155 metros quadrados (se não me falha a memória), foi dado a instituições. Desde esse dia, a família dos Salwen tem contribuído imenso em obras de solidariedade.

Espanto? Não, sinto admiração! Admiro esta família pelos actos de solidariedade.

Muitas pessoas pensam que ser solidário é contribuir para o Banco Alimentar uma vez por ano e muitos levam essa tarefa como uma obrigação. Não deve ser considerado obrigação, mas sim um dever. Uma forma de serviço e o serviço não deve ser nunca levado como obrigação.

Considero-me solidária, não só por ir ao Banco Alimentar duas vezes por ano, nem por contribuir para o Haiti ou para qualquer outra catástrofe natural. E os que precisam que estão mesmo ao nosso lado? Se calhar muitos de nós nem dão conta daqueles que precisam muito e estão mesmo debaixo dos nossos narizes. Temos que ser solidários durante 24h, todas as semanas, todos os meses, todo o ano. Tudo isto dentro das nossas capacidades, obviamente. Mas há que entender que solidariedade não envolve apenas dinheiro, há imensas formas de solidariedade e é isso que nem todos sabem, embora devessem.

Solidariedade é um dever, não uma obrigação. Sê solidário, nem que seja a contribuir com um abraço!

Bárbara Cruz