quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O "até" de um "até já"...

“O que te prende?”, “O que te liberta?”, “O que te segura?”… Vastíssimas são as respostas para tais questões, vão de acordo com a personalidade de cada um. Portanto, respondemos a estas perguntas como turma. O que nos prende? O que nos prende a este colégio? O que nos prende como amigos ou colegas que somos? É a história deste colégio, são as paredes que suportam as nossas salas de aula, onde passamos dia após dia, são as filas para o bar, para almoçar ou para comprar a senha de almoço. São todas as festas que aqui temos, são as carteiras onde estão marcados os nomes dos colegas que já por ali passaram, é o quente do aquecedor e o vidro do armário onde vimos se o nosso cabelo está bom (sim, a nossa turma é estranha e faz muitas coisas dessas), são os desenhos no placard e tantas outras coisas. Mas mais que estas coisas a que podemos chamar materiais, são as caras daqueles com quem nos deparamos todos os dias; são todos os professores que já nos deram aulas, do 5º ao presente ano, são os amigos que conhecemos no primeiro dia em que dissemos “Eu ando no CAIC” e que continuam a ser nossos amigos, são os raspanetes ou as brincadeiras dos prefeitos. E, como os últimos são sempre os primeiros, vem o mais importante de tudo isto, a família, que encontramos todos os dias: o Director de Turma, a quem quase podemos chamar pai, os outros professores, que são como tios e os amigos de turma, que considero irmãos. É esta família que nos diz “NÃO!” quando pensamos em sair do colégio e de quem, nas férias, temos mais saudades. Mas, se isto nos prende, algo tem que nos libertar. Não são os intervalos, nem o almoço no Moleirinho. São, sim, os passeios em família à qual chamamos visitas de estudo, são as actividades como o Encontro de Reflexão que nos fazem descobrir algo mais daquela pessoa, são os almoços em casa do Sérgio ou da Inês, são os desabafos em aula e os raspanetes dos professores que nos fazem tentar aperfeiçoar isto ou aquilo, são as brincadeiras que só nós entendemos, é o estudo em conjunto onde fazemos de tudo menos estudar e o riso louco no meio das aulas porque alguém está com uma cara tão cómica que não conseguimos aguentar a gargalhada. São as vitórias das competições inter-turmas e de tudo o que vencemos sem competir com ninguém. Uma última pergunta, o que nos segura? Quando fazemos escalada, não é a corda que nos segura, mas sim o colega que está a segurar a corda para nós não cairmos. Quando balançamos com a cadeira nas aulas e nos desequilibramos não caímos porque a carteira do colega de trás nos ampara. Quando está um dia chuvoso e escorregamos nas escadas do torreão está sempre lá a D. Céu para nos ajudar. Quando vamos nos corredores e temos o azar de nos empurrarem, nunca caímos porque o Director de Turma nos vai sempre a abraçar e, por isso, estamos seguros. Quando vamos tomar o pequeno-almoço ao Moleirinho e vamos distraídos, nunca nos acontece nada porque há sempre o colega que vem um pouco mais atrás e grita “Cuidado!”. Quando nos empurram na fila de almoço nunca caímos porque há sempre uma multidão que nos segura. Quando estamos mal, passamos a ficar bem pois há sempre a mão do amigo que segura a nossa e quando vimos bem-dispostos para o colégio nunca ficamos pior porque há sempre a piada do professor que nos segura o sorriso… Então, a resposta a esta pergunta é a mesma que às outras duas questões. O que nos prende, o que nos liberta e o que nos segura é sempre o mesmo – é este grupo que é a nossa segunda família, é este colégio que é a nossa segunda casa e todos aqueles que nos rodeiam que são os nossos segundos vizinhos. Uns têm amor à Pátria, outros, amor à camisola, nós temos amor à placa da sala que diz “12ºC”.

Bárbara Cruz

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